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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Supay e o enigma inútil

Retornou o olhar para a metáfora anterior. Não podia esquecer os valores inferidos àquela polissemia anterior... havia uma representação nitidamente crítica da política praticada no período imperial com as personagens presas à "casa da mãe" - cenário atemporal e referência em todo romance... Mas tudo isso perdera razão e sentido momentos depois do diálogo:
- Utopia resignada em seus olhos e sangue!
- Não compreendo...
- O que há de poder compreender? Quando a voz interior é silenciada diante dos olhos exteriores?
- Não...
- A falta de mérito em suas palavras, em seu andar e em suas crias, nunca deixará de existir? Que essência, poderia qualquer um dos meus iguais, retirar de vós? Imperfeição, ambição ou angústia?
- Não sei...
E desapareceu. A figura milenar que deixou o cheiro de eras e o eco cósmico no quarto; além do choro e da respiração - que aos poucos criava contornos de desespero - do crítico literário, somente o crepitar do fogo na lareira se ouvia.
Gritou para sempre.

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