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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Rádio

Ligava antes de deitar, viúvo, desligava pela manhã, viúvo, ligava nas refeições... Ajudava a esquecer e lembrar da mulher. Naturalmente.


A dor no pescoço

E os temores voltaram,
(O pavor de sempre verificar o escuro
Observar com força a treva solitária
Sonhar e esquecer - caoticamente negligente!)

Toda noite, ou quase toda,
(Tempo repetido! Uma volta e outra:
A mesma?
A mesma!)

A visita simplória de começo,
(Ler e escrever - diáfano?
Catatonicamente exemplar!
Pontada incolor...)

Irritante de meio tempo,
(Deita, senta, vira...
Estupro de si pela noite!
Blasfêmias e rezas consecutivas.)

Dolorida de final...
(Nem levanta!
De lado: irritação tola,
Tolo como sempre!)

Corroída vértebra rebelde!
Alinhava-se ideias sem sorte:
Um elã difuso por entre os gozos,
Não havia frente naquela mesquinhez,
Um idiota anormalmente dilatado,
Uma insana pervertida e vazia!



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bem que fora dito...

O estupor sobrevoa o infinito!
Foi o que ela me disse... Amada?! Óbvio que não!
Amada ou amado! As rimas precisam deles!
Nós não! EU e meus parcos versos domesticáveis, não!

Ontem sonhei com sangue e doenças... Quase achei graça...
Quase me comovi... Mas só escrevi agora... Repetido!

Aleck, minha louvada companheira de lucidez, aponta:
Versos estranhos... Hum... Estranho... Sim... Estranhar!

Retomar a vil filosofia dos artistas é ultrapassar a barreira do bem!
Nada de importante!
A dislexia é linda: Ela faz-te voltar e refazer e apagar aquilo que nunca...
... Nunca deveria ter aparecido!

Dislexia, estupor, amantes... E os versos crescem!
Como uma cidade desordenada!
Não reclamo: amo cidades desordenadas!
Amo? Que amo nada! Se ela não desse o que preciso,
Iria pra longe dela!

Penso na comida e no banho...
Ei de realizá-lo primeiro, nada de higiene, isso é para os poetas!
A água do banho toca sua alma - renova espírito:
E um pensamento tosco desse te leva a se assumir idiota!

Divago e falta-me ideias!
Ei de gritar por Aleck...
Provavelmente ela já foi...

E nem deixou um cigarro!
(Se bem que hoje não é dia de fumar...)



Suor gelado...

Armas, mãos: o destino - o pescoço de outrem.
Inevitável arrependimento, nada triunfal, óbvia irritação...
Vingança? Não há pensamento para tal: Furor, apenas...
Enfim, programar-se-á o fim do despeito alheio:
Pensa-se em dor e humilhação - nada! Discrição? Talvez...

Coitada vítima, arrepende-se, arquiteta a vilania:
Algo de bom sobrará do incidente... Será?
Deveria restar? Instigada reflexão indulgente!

O plágio dos versos quase necessário não surge!
Fora pago, onde estará?!
Pagar... Eis que a infâmia deverá ser paga!
Covardia? Discrição! Apenas... Enfim...

Imagina o ato, não quer imaginar!
Assassino?! Inferno certo!
Dor, perda... Humilhação!
Não há fuga... Já fora feito!

Prazer não pago!
Chantagens na alma!
Morte... Que dor... Morte...
Não...


Asco insensato

Só riu só... Nada!
Pensamentos e ideias... Nada aplicado!
Temperança de torpe anseio,
Recreativo momento orgânico,
Ditado pesado: escrevendo na água!
Só riu só... Contemplando fezes...

Lá sem dó... Tudo!
Instintos e erupções... Tudo despejado!
Violentas ações programadas,
Obrigação perpetrada sempre,
Suave rosnado: vozeando no mato!
Lá sem dó... Contemplando fezes...


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Corpo verdejante

Ele saía sem velocidade de uma extremidade. Discretamente, com inveja certa, alguns observavam o prazer alheio, outros eram mais desavergonhados, e como se tivessem pagado para ver, olhos cheios de vontade: Movimentos lentos, perspicazes e prazerosos, que se apressariam pelo centro do corpo; célere sobre o umbigo branco - a língua como uma perna e o contrário também se construía. A rapidez com que se aproximava da outra extremidade exigia calma! Ao chegar no precipício do gozo arrebatador e deslumbrante, encontrou os entraves: nada de desespero; foi egoísta, poderia compartilhar, mas arriscou-se, ignorou aqueles desconhecidos e comemorou, com suor e satisfação voraz, o orgasmo chamado "gol". 

Arranha-Azulejos

São como todos os vãos!
Erupções de desejos:
Não tão entorpecentes,
Pretensões tolidas: preços...

Conceitos e nomes;

Tinta forte e pincel sensível,
Artesãos de muito sangue...
... o Louco Luís!

Sons: tempo incerto e arrependido,

Limo e sal - beijando-se no corpo frio,
O farol ignora ao observar a aurora,

Unhas - Esmalte barato - Estética retorcida!

Garras de um jaguar castrado...
Santa Luíza!

Podridão

Eu...
Eu?!
Ora, mas que escolha vil e desnecessária!
Há miasma pior?!

Obviamente o retrocesso do ser ingênuo que povoa o óbvio!
Insensato!

Atrevo-me diante do que?
Há lirismo em pata suja e carcomida?!

Nada de blasfêmias gratuitas ou elogios vãos!
Por favor... Traga-me um copo.

 

Sandálias

Uma de borracha, outro de madeira... Couro? Apenas nos momentos íntimos: Sem que saiba necessariamente quem pariu tal vertigem lúcida!

O tratante miserável

Desconhece-me, e ainda assim o faz!
Desespero e rancor promovido às bordoadas com o teclado!

Uma malícia nas brumas óbvias das telas: Quadros!

Range, miserável! Dou-te o que queres!
Ousa e consegue... Põe-me como quer!

Transbordo o desejo alheio,

Um desgosto absurdo de si,
Satisfação ingênua do feito...

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