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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O nascimento de Opala


Quando abri os olhos, pouco depois de meu corpo exigir ar, como todas as crias da Terra, a luz os fechou novamente... Por um breve momento vi meus pais ou minhas mães, dois seres, duas entidades, dois elementos, duas essências, dois deuses, duas divindades...
Meu "pai" foi quem pensou nos meus passos e nas minhas capacidades... Ele que encomendou meus presentes, ele que chamou os que me ensinaram a falar, a aprender e a lutar. Ele era rigoroso, quase não fazia afagos, sempre com um olhar forte e um ar de responsabilidade e preocupação. Não parecia que sentiria minha falta.
Minha "mãe" foi a responsável em boa parte da minha postura e forma de ver este mundo... Ela me levou para passear em diferentes lugares que refletiam a natureza da Terra. Me fazia usar os sentidos até que as sensações calassem os pensamentos e me deslumbrasse com algo sem nome. Ela era carinhosa e reconfortante. Não parecia que se tornaria o que se tornou.
Então, meu primeiro presente chegou: uma pedra em formato de ovo. Tinha a minha cor e brilhava como eu brilhava - meus pais se entreolharam. Eles não concordavam entre si: "ela" dizia que eu precisava de mais tempo com eles, que não estava pronta e que era uma má ideia; "ele" dizia que os sentimentos deles não importavam quando tantas vidas estavam em jogo e quando tantas responsabilidades pesavam sobre meu ombro...
E para a Terra fui. E tive que nascer de novo.
Soube que "minha mãe" e seus irmãos enfrentaram seu criador, que alguns diziam ser o criador de tudo e de todos. "Ela" foi derrotada e incorporou ares masculinos, as montanhas e as rochas tornaram-se sua segunda prisão, depois de anos na escuridão profunda do abismo... Sou que "meu pai" enfraqueceu, devorou seus outros filhos, adoeceu e deixou de ser o que era. Se exilou no refugo dos esquecidos, onde só as lembranças podem crepitar alguma chama de fé.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

À sombra do herdeiro

Acordei de novo no meio da madrugada. Pelo menos três pensamentos incompletos e incongruentes me afligiram de uma vez só todos sem sentido! O enterro de um cachorro na cobertura de um prédio, o salto com asas pela janela de um hospital e o chute em um mastro torto de ferro durante a noite numa praia distante... Não tenho cachorros, não vou a hospitais e, definitivamente, não gosto de praias. Quando não é isso, um monte de incoerências distorcidas, dúvidas abismais sobre o início do tempo, a existência de deus, a fórmula da felicidade etc. Só caminhos do estado depressivo que quase sempre vem congelando meus dedos e minha capacidade de escrever. Todavia, eu sei que é algo maior e muito mais perigoso. É a ansiedade sem nome. Muitos enfrentam e até sabem lidar com ela - só que essa, talvez, só se entorpecendo, disse não aos intoxicantes há alguns meses, e não sinto falta - não! não é uma crise de abstinência - de nada daquilo. Às vezes do cigarro.
Já falei tanto de posturas e comportamentos alheios, que talvez esteja na hora de falar um pouco da minha condição patética: escrever, ler e ensinar. O quão ridículo isso tem se tornado na minha concepção. Não que os sentidos que esses conceitos os sejam, não. Mas como alguém como eu pode fazer algo assim: a busca por sensibilidade foi abandonada no meio de tantos arquivos amarelados, o amor ficou num interior tão longe que não vou buscar por falta de coragem, o coração de cavaleiro e o a fé em algo estão em cinzas que só servem para incomodar... Há uma razão fria e egoísta, que ajuda conviver em grupo.
O que mudou? Foi o que mudou que fez tudo isso? Uma coisa carregada de ansiedade está vindo e traz o desespero, a pior parte do medo... Só eu sei isso? Só eu percebo isso? É um dos atestados mais certos da loucura. O futuro pode estar em risco, o presente está trêmulo, o passado foi alterado - aquele gosto de ferro na boca todas as manhãs é o sintoma mais forte. Uma porta no meio da floresta trouxe algo muito perigoso (várias cabeças entre as dimensões), um livro morto que foi roubado e a volta de um pseudo-pai feito de engrenagens - estes foram meus últimos pensamentos aleatórios que talvez façam sentido apenas nesta mente louca e... [ACABOU A BATERIA]

(Arcano)

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O jovem deus dos caminhos e das viagens

Muzamba morreu muito cedo, acreditando que poderia fugir dos piratas que ele próprio havia roubado e enganado, ele morreu nadando tentando chegar numa ilha, quando chegou, o corpo não aguentou e ele morreu... Rapidamente diversos pequenos seres reivindicaram aquele corpo, mas no meio deles estava Motsamai, uma pequena aranha com a centelha da divindade! Era o primogênito da antiga Sang-Makta... Por causa de uma briga com a mãe na terra de Nakar, foi exilado numa pequena ilha na costa de Kyvia. Preso com sua inteligência, mas a forma de uma aranha transparente e pequena... Então ela entrou na cabeça morta de Muzamba e começou a tecer fios, remendando aquela mente audaz e astuta! Por último, picou o coração morto do jovem pirata, antes de fazer deste sua morada. Assim estava mais uma vez liberto, o jovem deus das viagens e dos caminhos! Um navio rumava para CIS, e resgatou o jovem, era o navio do Capitão Gokhan, se tornaram amigos, e o imediato Muzamba sempre fazia com que chegassem na hora certo nos melhores locais! Viajaram bastante... Diferente dos mais antigos deuses de Arkya, Motsamai dá atenção para os rumores e profecias proferidas por bêbados e mendigos - alguma coisa tá vindo pra cá! Ele sabe e precisa agir, o Titã foi só o começo...


Tereza Salém - Líder Hierarca da Necrópole de Santa Izabel

Certamente a representante da Hierarquia mais poderosa em Belém, Tereza viveu durante a segunda metade do século XIX... Dizem que ela era uma freira devotada, também dizem que fora prometida a um nobre português que morreu na Cabanagem... Ninguém sabe. Salém foi um apelido dado por aparições mais jovens... Além do cemitério, ela se manifesta também no Entroncamento e Forte do Castelo, quase sempre acompanhada do assustador Custódio.
 
Natureza: Autocrata;
Sombra: Falsa Amiga;
Comportamento: Juiz;
Atributos: Força 4 (Mãos fortes), Destreza 4 (Reflexos rápidos), Vigor 5 (Resistência), Carisma 5 (Ordens), Manipulação 5 (Negociações), Aparência 4 (Imponente), Percepção 5 (Introspecção), Inteligência 5 (Sabedoria), Raciocínio 5 (Emboscadas);
Habilidades: Prontidão 4 (Audição), Consciência 2, Intimidação 5 (Ameaças), Liderança 2, Etiqueta 3, Armas Brancas 2, Sobrevivência 3, Burocracia 4 (Hierarquia), Linguística 3, Ocultismo 3, Teologia 3;
Antecedentes: Aliados 1, Artefato 4, Lugares Assombrados 4, Contatos 3, Eidolon 3, Memoriam 3, Notoriedade 3, Riqueza 3, Status 3;
Arcanoi: Castigo 5, Argos 4, Usura 3, Insulto 3, Pandemônio 2, Habitar 2, Titerismo 2;
Paixões: Cobiça: Manter a ordem 4, Fúria: Destruir Renegados e Hereges 3;
Grilhões: Piano no Conservatório Carlos Gomes 5;
Força de Vontade: 8;
Angústia:5;
Espinhos: Despojo Maculado, Sinal da Morte, Sombra de Estimação;
Paixões Sombrias: Vingança: Manter a irmã no mesmo estado 5;

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Ficha de Spiderman para Storyteller!!!

Ficha temática de Spiderman! Para Storyteller! Cortesia da Mes'A!

Ficha de Trevas para Storyteller...

Sempre usei elementos do cenário de Trevas no World of Darkness... E sempre bem válido em nossa mesa. AQUI uma homenagem e cortesia...

Ficha de Hellblazer para Storyteller!

Ficha temática de Hellblazer para Storyteller! AQUI...

Ficha de Matrix para Storyteller!!!


De longe a adaptação mais elogiada da Dragão Brasil, apareceu no #58, foi Matrix, e AQUI uma ficha... Cortesia da Mes'A!

Ficha de Star Wars para Storyteller!!!

Sabe aquela Dragão Brasil #28? Não?! Bom... Eis AQUI a ficha para aquela adaptação excelente!

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Chamas dos pneus gloriosos

Há vezes, poucas, que aquele grito abafado na garganta, com cor de revolta e cheiro de indignação, se deixa levar para dentro como um pigarro incessante! E a cusparada é como o gosto ruim de vodca de ontem com a nicotina que se abraça com as placas presas no dente da comida de ontem... Era questão de tempo. Parecia que todos os pneus da cidade estavam pegando fogo. O cheiro como um convite à torpe resistência de um canceroso ao próximo gole...
Da coxa escorria muito sangue, os azulejos brancos do corredor da vila agora estavam vermelhos ou rosados, Loucke amaldiçoava todos que podia - a dor da fuga era pior que a da perna - enquanto Arlepina suava e tentava fazer um curativo imediato, ajeitava o óculos, tirava as gatas de cima de tudo: armários, estantes, caixas etc. Muitos estavam mortos, mas Loucke sobrevivera e agora retornara para lamber feridas e pensar numa forma de invadir o CEFET pela manhã - acuado, lá dentro "aquele que devia morrer", Frango ficara nos escombros próximos, comia os restos deixados em um carrinho de lanche abandonado; pela manhã estaria tudo pronto, se pela manhã vivo estiver... Diante das ruínas, das chamas que se apagavam, da noite fria, da chuva forte, das sirenes distantes, dos choros abafados, Toyde perambulava, quase que como uma dança diante do caos - e também falava! Quem poderia entender? Vivo? Sim, vivíssimo! Mentalmente afundando... Há três horas os corpos de Neugon e de Índio na grama da praça, sem qualquer vida, sobre eles: soluços e vômitos, Malafa lamentava e bebia, mais ninguém na Praça da República, apenas corpos, um som distante, Bad Brains? Sirenes, muitas sirenes - cheiro de urina e fezes; medo. Na Doca, ônibus caídos, carros quebrados, muito vidro e marcas de sangue, do alto do prédio mais alto, Charleko contemplava as torres de fumaça em diversos cantos da cidade, havia algo de belo em tudo aquilo, Sandrocka já havia pulado, agora era sua vez; o cigarro estava perto do fim... Na escadaria do último apartamento, deixado por algum abastado que fugiu para longe de tudo aquilo, Alanzito fazia preces a bandas antigas e seres desconhecidos, ouvia os passos aumentando, seu coração mais acelerados que os perseguidores, as sombras crescendo; acendeu outro cigarro... Loucke gritou, Arlepina apertou o ferimento e os olhos, Toyde sorriu diante do tanque que se aproximava, Malafa apagou escorado aos amigos, Charleko pulou - e criou asas.

Profecia: Restos vindouros das vitórias frágeis






No fundo do bosque mais velho
A neve se amontoava
Como corpos em uma antiga guerra
As árvores soberanas
Como um gigante de aço outrora
O vento viajava
Como um antigo barco
Os deuses se escondiam
Como uma entidade menor disfarçada

Agora em terras distantes
As serpentes aladas e a tempestade rubra espreitam
Os mesmos que caíram
E em pé novamente
Sobre outra terra
A menina com semblante de escamas deve se arrepender!
A alma da velha serpente deve descansar de vez!
O dedo da morte deve perecer, se tanto sua senhora ama!

Um espelho para a pequena
Uma tocha para os restos da serpente
Uma resposta ao medalhão do carrasco

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