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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Balões estourados...

- Realmente, a sua frieza parece convicta de que não me quer por perto. E suas certezas realmente parecem irredutíveis. Talvez, seja isso: a vida é curta. Por que esperar por alguém num mar de incerteza? Vamos construir nossos sonhos, dentro de um templo qualquer, e torcer para que deem certo... Fala sério. Te julguei mal pelo jeito. Achei que tivesses bem menos utopias internalizadas.
Sim, é possível que eu nunca vá poder te dar o que desejas, entretanto, é possível sim que eu consiga te fazer bem, algumas vezes, sem toda essa baboseira idealizada e puramente ilusória... Escuta um pouco o passado, lembra da gente naqueles espaços limitados, no ritmo acelerado dos corações ansiosos, lembra? Não te desperdiça pelo menos.

Bashara lia aquele email pela décima terceira vez naquele ano, amanhã iria fazer um ano que se encontrou pessoalmente pela primeira vez com quem ela acreditou ser perfeito para ela. Agora, muito havia mudado. Ela segue fazendo as pessoas bem, e muitos seguem acreditando que sabem o que ela realmente faz. Ela ama Borlochynov? Provavelmente há um confusão ali... Ela não consegue esquecer - não deveria! - aquelas poucas noites em que pôde acreditar, mesmo que bem rápido, até o sol nascer, que a felicidade é mais do que uma palavra. Passou.
Joseph Grumberville olhava para a casa do vizinho, uma festa infantil, gritos e berros. Os vizinhos, as Hale, duas mulheres que enriqueceram com o comércio de joias, haviam comprado seus três filhos de terras distantes, onde não era ilegal. Em Omega City você só pode vender seus filhos ao Estado, mas nas vilas-ruínas espalhadas pelos ermos, não havia muita legislação...  Ele lembrava-se dos filhos que nunca teve. Apreciava a bebida e esperava por um casal que lhe daria prazer carnal pela madrugada, e seriam devidamente pagos por isso. Antes disso, se despedia de alguns amigos ignalianos envolvidos com agiotagem e outras atividades ilegais.



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