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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Flores sem Pétalas

Meu amigo Arcano,

Já tentei entender. Me esforço todas as vezes que olho meus cadernos de anotações, e os livros que me recomendaste. Já fui vê-lo, três vezes... Bom homem. Sinto falta de ter certezas, ter a dúvida como condutora em uma ponte quebrada: angústia imortalizada. Fui a Sangoza (assim se escreve?), como me pediste. É um povoado bem pequeno no interior da China. Se tiver trezentas pessoas: são muitas! Levei duas horas pra iniciar a meditação, por fim o pedido e a permissão de Nossa Senhora, pra poder levar-me até lá. Tu ainda rezas? Meu pai é muito devoto, mais do que podia imaginar... Bem mais.
Havia o resto. Ruínas. Nenhuma resposta, Gabriel. Nenhuma. Tinha algo do Pit inscrito ali. Selando algo? O que aconteceu lá?
Um aldeão, que pode me ver recitou algo, na língua deles, que ouvi com a alma e traduzi:
O rato sobe os céus
Em lanças afiadas
Olha pros deuses
Faz-se ouvir
Se mordesse
Vazio
Iria
O que aconteceu ali, meu amigo? Se você souber, não poupe suas palavras. Falharam por certo? Vitória? Como reconhecer o sangue que jorrou, ou as palavras de acalentaram os deuses?

Marcos Cícero (Devoto)

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