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terça-feira, 26 de julho de 2016

A morte da feminista


As conhecidas se acotovelavam, tentando se aproximar do túmulo, ela fora budista, dizia um ex-namorado risonho e uma ex-amante séria, os pais choravam bastante, arrependimentos e mágoas escorriam silenciosamente entre as lágrimas, em imagens produzidas e captadas pela tecnologia aberta mundial, várias indignações públicas, imensas sentenças... Calado entre as fumaças, naquele cemitério, sobre as árvores do fim da tarde, a coisa que havia arrancado o último fôlego da moça cheia de convicções e ímpetos, aquilo já fora uma mulher, uma ingênua e dedicada mulher - agora restara apenas alguns fragmentos de rancor e muitas agulhas carregadas de ódio, independente da condição espiritual ou mental, a certeza de ter destruído sonhos e chamas de imaginação, sentia que ficava mais forte. Queria mais.

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