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segunda-feira, 13 de junho de 2011

O andarilho e o incauto desastre interior... VII


- Arcano...?! Quem é você? Eu não estou em Caiena? Não mais... Certo?!
- Por que tantas perguntas senhor Cohesi... Eu pensei que já tivesse entendido...
- Entender o quê? Eu... Estava em Caiena... E agora estou em um... Um hospital?! Certo...?!
- Sim, Sandro Cohesi, você está... Me chamo... Bom, pode me chamar de Gabriel Mawé... Se preferir...
- Onde estão meus parentes? Minha mãe? Meu irmão?! Todos foram avisados?!
- Não se preocupe... Logo, você poderá voltar pra casa, mas antes preciso que me ajude...
- De novo essa história?! Antes tinha que ajudar um padre... Uma gorda braba... E agora o que é?!
- De fato - sorrindo - Eles também estavam precisando de você, mas porque querem que você evite algo... E eu quero que isso se realize... Sandro, você, felizmente ou infelizmente, depende muito do referencial em questão, pode falar em qualquer língua que escute falar, estude as mínimas referências teóricas, rapidamente você desenvolve um idioma... Você pode pensar que isso é normal em algumas pessoas... Mas você está enganado... E preciso que você leia e uma língua que, ainda, não posso compreender... É só isso... Mas você precisa vir comigo... Não se preocupe... Ninguém nos verá saindo...
- Falar?! Qualquer língua?! Bom, eu tenho fluência em algumas... Mas estude bastante e...
- Não discuta senhor Cohesi... Você precisa me ajudar e lhe explicarei tudo o que o senhor precisa saber... Só para lhe adiantar, este dom que o senhor recebeu, acabou lhe prendendo em dimensões, bolsões espaço-temporais, divergentes... Quando "um" dos dois fica inconsciente... O outro desperta... Resta saber... Quem é o verdadeiro... Mas antes disso... Você me ajudará. Simples.
- Então... Não percamos tempo...

Carlla olha para o teto. Sua cabeça dói. O gosto amargo de cerveja e nicotina lhe incomodam bastante... Ela olha para Ed no colchonete ao lado da cama onde ela está... As latinhas e cobrem boa parte do amigo... Ela sorri...
- Porra, o Padre deve tá meio aborrecido com a gente... Mas, porra, fazia tempo que não ficava chapado desse jeito... Tu tá bem, Grandona?
- Porra, Ed... Tou com uma ressaca muito escrota... Bora tomar um café... Depois a gente vai lá com ele... Tá foda, parceiro... Preciso tomar alguma coisa pra passar essa dor...
Eles se levantam. E as ações posteriores são automáticas, ainda que desengonçadas. Mas, enfim, conseguem sair do hotel e vão para algum lugar que sirva café na hora do almoço.
Um mendigo, o senhor Duvaille, teve uma vida boa, que fora degenerada pelo álcool, ele foi um militar... E agora lhe restava andar pelas ruas de Caiena... Pedindo... Para mais e mais... Não lembrava mais nem o nome dos dois filhos... E nem sequer lembrava do rosto da última mulher... Diante dele apenas o gramado e os bancos da praça... E uma voz vinda de um buraco, pequeno, cavado na areia escura, criado a partir de uma motivação obscura, até então, sem sentido... E do buraco... Novas motivações:
- Senhor Duvaille... O que restou... Nada além de trapos... Sua cabeça não tem mais uma semana de resistência... Mas seu corpo ainda pode me servir...
- O quê?! Quem é?!
As pessoas, poucas que passam, olham com desdém para o pedindo que conversa alto com o buraco... Ele se abaixa e aproxima o ouvido e a boca da terra escura da praça...
- O que aconteceu não importa... Sigamos a vida... Ou ela irá nos arrastar... No seu caso... Apenas aceite... E que Deus, ou qualquer outra coisa, tenha piedade da sua alma...
- Por quê?!
O mendigo começa a se contorcer e babar! A cabeça entorta! Outros mendigos por perto observam... Um parceiro de bebida tenta ajudá-lo... Enfim, ele para de se tremer... E os olhos se abrem... Ele se levanta e vai em direção ao Padre Ed e a Irmã Carlla que passaram por ele minutos atrás... E agora comem e bebem na calçada de um estabelecimento...

Aleck conversa sobre a viagem com Padre Ferreira, ela conta que discutira com Gabriel noites anteriores... Ele sabe que ela está confusa ainda... Mas tenta convencê-la que o antigo amigo está equivocado... Alex apenas dorme... A viagem fora extremamente desconfortável... Ele ouve o ranger de dentes... Sente um cheiro asqueroso de baba de bêbado... Ele se levanta assustado! Passa pela sala, chamando a atenção de Padre e de Aleck, e abre a janela mais próxima!
- Tem alguém com o senhor, Padre?!
- Sim, meu filho, dois outros membros da ordem...
Aleck observa que aquele comportamento irritada... Ele cortara a conversa!
- O que está acontecendo, agora, rapaz?
- Aleck, precisamos encontrá-los! Eles correm perigo! É sério...
- Eu disse que ele era diferente, minha filha...
- Tá bom, Padre, mas ele ainda é novo e afoito... Vamos rapaz, mostre-me como podemos salvá-los...
- Eu?! Bom... Isso... Isso... Eu não sei... Mas... Mas... Eles estão em perigo e...
- Tá! Já sei... Vamos...
O Padre olha paternalmente par aos dois que saem apressados: Aleck e Alex... Ele sorri, mas ao olhar para ao relógio que aponta onze horas da manhã, e depois para Sandro que ainda está dormindo... Ele percebe que há algo errado... Ele segura o pulso de Sandro e seus olhos se arregalam! Ele está acordado... Em outro lugar... Mas está acordado! Quem o encontrou?

Um comentário:

Aline disse...

o outro lado tem duas faces Arcano? revele-me...

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