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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Perscrutar o Arauto do Sepulcro

Não é inimiga do Bem,
Não é aliada do Mal,
Age sem escolher,
Recolhe o que deve ir...

Amante da Sorte,
Rival do Destino,
Nem só da Noite,
Nem só do Dia:
Da Justiça ou da Força...

Nem a Paz, nem a Guerra,
Nem a Intriga ou a Ambição,
Talvez a Sabedoria...
Perdoe cada fôlego desperdiçado, e
Obrigado por cada suspiro fugaz;
Mas sei que só meu fim: Lhe satisfaz...




Abberluzatti nem sempre foi só. Ele já teve uma esposa, uma amante, e filhos e filhas com ambas. Era quase rico, e viveu por muito tempo nos campos intermináveis de doces terras férteis. Sua família era contente com o que tinha, era temente aos deuses e sempre lhe fazia companhia. Viviam todos em uma imensa propriedade, um pequeno prédio para cada família. Certo dia, sem esperar, alguns trabalhadores foram até a casa do patrão Abberluzatti, dois filhos deles estavam com queimaduras e ardiam em febre, disseram que pegaram longe dali, brincando nos limites da propriedade... Mas as nuvens se fecharam e os ventos fortes vieram, eles devem ter se machucado. A tempestade não caía, o céus estava negro e com um tom rubro... Abberluzatti lhes deu algum dinheiro e eles partiram, e antes recomendaram que o patrão fizesse o mesmo. Não o fez.


A madrugada veio, e com ela os ventos ficaram mais fortes, as primeiras gotas da tempestade vieram, e logo: gritos! Suas esposas e filhos gritavam! Ele acordou e viu que goteiras estavam por toda casa, tentou sair, mas uma espessa fumaça de cheiro acre impedia que ele o fizesse! Não era uma tempestade, era uma tormenta, daquelas que contavam nas lendas! Pelos deuses, ele tinha cinquenta verões nas costas, mas alguns de seus filhos não tinham nem dez! As mães fizeram o que puderam para despertar os pequenos e colocarem-no em uma carroça, Abberluzatti também tentou, mas estava sendo flagelado pelo ácido! O filho mais velho conseguiu sair com a carroça e os demais... Abberluzatti ficou para trás com as duas mulheres, uma já estava no chão, fumaça lhe saía das costas, não devia mais estar respirando, a outra chorava sem forças agarrada ao braço do marido... A longa barba dele e sua careca estavam queimadas; o local fedia a carne queimada... Eles iriam morrer, com certeza. Foi então, que de súbito ele se levantou. Carregou a esposa sobrevivente para baixo da casa... Se ajoelhou e deixou que o ácido lhe queimasse o que restava - e rezou. Era muito religioso, mas como manda o costume, não era de fazer preces e oferendas. Todavia dessa vez fez: ele pedia à Morte para que salvasse seus filhos, em troca de tirar-lhe a vida! Que ainda não era hora dos pequenos... De repente ele viu uma figura insetóide sobre ele, tinha pinças grandes e mortais, sabia que ali estaria seu fim... Subitamente, a chuva ácida parou, os ventos cessaram, a névoa se foi, as nuvens rubras e seus demônios. Ele estava vivo; a Morte o ouviu... Mas casa onde a mulher estava desmorona de repente! Sem forças para levantar, ele apenas ergue o braço naquela direção e chora, suas lágrimas ardem sobre o rosto queimado... Ele se arrasta até o braço da mulher que ficara estendido para o lado de fora... Na palma da mão havia apenas um símbolo: o de uma divindade, mas nenhuma que estivesse no Panteão. Era a Morte.

OPÇÃO:
Tormenta Daemon: O mundo de Arton tem diversos problemas, entretanto, muitos heróis, muitos deuses, muitas oportunidades. Mas há também sombras, desespero e escuridão. Neste cenário, as personagens fazem parte do culto de Abberluzatti, um Clérigo de Leen, o Deus da Morte; os Perscrutadores do Arauto do Sepulcro... Um deles também é um clérigo, mas os outros não, apenas devotos que receberam uma bênção e mensagem de Leen: eles devem realizar um gigantesco ritual que colocará ele em seu lugar de direito! Para isso terão que lutar contra a Aliança Negra, terão que matar o sumo-sacerdote de Ragnar... Não será fácil, há diversos inimigos no caminho, mas é o ambiente perfeito para juntar o sombrio ao fantástico.



2 comentários:

Unknown disse...

Imagino que este culto passe despercebido como ações da Aliança Negra ou algo do tipo. Imagino como os nossos heróis descobririam esse culto. Extremamente interessante.

Anônimo disse...

[Briccus]Excelente verso e excelente proposta; todavia apesar de gostar do sistema Daemon, gostaria muito de ver esse cenário no Tormenta RPG com PERSONAGENS NOVOS(já que seria uma nova trama, acredito eu ...)e com o sistema de experiência padrão; tendo em vista que Lamnor ou Arton-sul é repleta de desafios, e justamente por ser desconhecida por parte dos jogadores e personagens, oferece uma liberdade a mais ao Mestre, mas não esquecendo de premiar uma boa interpretação lógico, acredito que teriam bastantes devido a proposta do cenário.

Só aceito Scythe como o verdadeiro Sumo-Sacerdote de Leen. haahaha

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