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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Estrela Sórdida

Não é uma estrela. Estrelas brilham e propiciam vida, aquilo não é uma estrela... Foi há muito tempo, em outra vida; de planeta em planeta - atravessando o espaço...
Eu esqueci muita coisa boa da minha vida... Até do quanto bebi no dia em que nasceu minha primeira filha... Mas daquilo nunca esqueci. O capitão estava certo que um dia aquele pequeno satélite já teira sido parte de uma estrela, que guardava riquezas inestimáveis em seu solo... Talvez ele estivesse certo... A verdade que me chegou foi outra. Nós descemos e andamos por aquela paisagem desolada e fria. Nossa supresa: havia tendas e uma base de exploração. Entramos, éramos dezessete.
Repentinamente, apenas dez minutos ali, o cheiro invadia nossas visões, o cheiro indescritível; suor, urina, fezes e um pouco de sangue: cheiro de medo. Um odor crescente de ansiedade e certeza - estávamos perto de encontrar uma riqueza maior que o planeta mais próximo! Mas o medo, que os deuses do espaço me perdoem, um medo que enraíza-se na alma, uma laceração no ventre! Os gritos começaram! Tiros! Um ou dois canos de oxigênio rompidos! Um olho, piedade deuses, um imenso olho debaixo de nós! Eu corria, atirava, corria, fechava os olhos, voltei à nave... Eu e apenas mais um, nunca mais disposto a volta pra lá; nunca mais pisar numa nave...

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