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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Amor & Sal: O Testemunho do Exilado

A primeira vez que ouvi os grãos de sal espremendo-se e se desfazendo, repetidas e repetidas vezes: eu sei - a maldita loucura. Já era hora. Meus pais eram primos, e minha avó era demente. Era questão de sorte.
Sorte. Muita sorte. De bilhões de crias do "Deus dos Tentáculos", ele escolhe só algumas... Os gomos mais doces e venenosos! Eu estava entre eles, eu! Yves Hamill de Lourdes. Eu.
E então ele veio a mim noite após noite. Eu ouvia tudo... E escrevia, com arranhões em meu cérebro...
AS LEMBRANÇAS ININTERRUPTAS SÃO TANTAS!
PERDER-SE, NO LABIRINTO DA DESORDEM...
PERDER-SE, ÍNFIMA MALDIÇÃO DE SER... DIVINO!
GRANDES INIMIGOS, IRMÃOS E IRMÃS!
MUITOS... JUNTOS... TODO.
QUANDO A VITÓRIA DAVA-ME AS MÃOS...
JUNTOS E LUTANDO... FORTE DA GUERRA!
EU - PRESSÁGIO E CERTEZA!
O OVO DA ANIQUILAÇÃO E DA CONSTRUÇÃO!
DEVERIA... DEVER... DEVIR...
DAR-ME!!!
MEU... DEVERIA SER!
FUI BUSCAR...
AFUNDADO, ARQUITETANDO...
PLANOS INFINDÁVEIS - A TORTURA!
DISTANTE... NECESSÁRIA!
PARA AMAR E ODIAR...
JUNTOS... MINUTOS INFINITOS... POUPADOS.
A última vez que ouvi os grãos de sal espremendo-se e se desfazendo, repetidas e repetidas vezes: eu sei - a maldita sanidade. Já era hora. Meus pais eram primos, e minha avó era demente. Era questão de azar.
Azar. Muito azar. De bilhões de crias do "Deus dos Tentáculos", ele escolhe só algumas... Os gomos mais ácidos e puros! Eu estava entre eles, eu! Eva Carmo de Fátima. Eu.
E então ele veio a mim dia após dia. Eu ouvia tudo... E escrevia, com arranhões em meus olhos...

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