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terça-feira, 21 de junho de 2016

16/06/16

Mario Isidoro Deluwes já olhava pelo telescópio há sete horas. Em mais uma das diversas estações de observação ao norte de Gobya, seis horas atrás, ele teve suas certezas balançadas mais uma vez, e de forma que lhe abalou mais que a separação de sua segunda esposa, que as posições políticas de seu filho, que as convicções religiosas de sua filha... Algo atravessara seu paradigma - formações rochosas no planeta vizinho desabitado, que nunca vida teve, não eram formações, eram algo delineado, pensado, o novo telescópio era complicado demais de manusear, estava com dívidas, a ex-mulher estava sempre certa, brigara com o filho, a filha lhe ligava, paece que ganharia um neto. O coração não parava de doer, mesmo quando foi ao chão.

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