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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Floco de neve


Suor no frio. Nevava.
Não há anseio algum quando a certeza atravessa suas verdades. Ele morreria. Estava tudo certo? O que poderia ser feito em menos de vinte segundos: a certeza. A criatura investiu contra a porta do quarto três vezes antes da porta cair, seus pais estavam mortos, seu irmão provavelmente também, nem os cães latiam... Não dava pra se desesperar, sentir falta, desejar matar, não: aquilo que dilacera suas convicções e impõe apenas o uno-sentimento-humano: não quero morrer. Debaixo da cama não é algo que se pense, dentro do armário é fútil demais, a janela é a alternativa a todo mal que lhe consumia naquele instante - momento. Saltou.
Sangue na neve. Flocos.

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