O ódio sufocava-lhe a garganta, não podia gritar - talvez não conseguisse parar se o fizesse. Pensou em rezar, mas que deus poderia atender suas súplicas de rancor profundo, como uma pedaço fino e pontiagudo de vidro, incrustado entre a unha e a carne... Usou da magia pueril: transmutou o tremor dos dedos da mão em um punho cerrado. Cercou-se de certezas, abriu um leve e jovial sorriso: então compartilhou sua dor com quem lhe havia causado. Como vira sua mãe fazer dividindo seu amor entre os filhos.
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