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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pra ti



E escrevi, enfim para ela.
Constrangimentos que mergulham em nosso ego!
Parece-me, vejo um mancebo - que perdi!
Enfim, sim! Tinha que deixar...

Há algo de nocivo nisso:
Não se esquece as linhas de vergonha do passado,
Não se ignora os ressentimentos contidos,
Tudo há de ser nulo, um dia?

Pôr para alguém, uns versos... Sacrifício de si?
Perdi rimas uma vez: entreguei-as a uma moça...
Rir de mim! Quão ridículo outrora!
Agora, para ti, mais uma vez... O que há de diferente?

Blasfêmia impura? Antes vasto espaço de Amor!
Sentimento que mancha o que se escreve!
Êxtases individuais, lágrimas e sorrisos... Me arrependo?
Continuo - para ti! É... Lê, enfim... Lê!

Entoei sonhos e idealizei momentos:
Teu olhar forte, tua expressão resoluta,
Há algo de viril ali? Uma coragem, quem sabe?
Uma expressão contente que se esforça...

Raro agir resoluto - teu sorriso, um levantar de incertezas!
Teu pequeno corpo, tão perto, tão junto;
Eu, perdido, tentando ter coragem, esquecendo até demais...
Perdendo-se entre os pés e as batidas, sons e incertezas...

Ousadia, algumas poucas vezes... Conduzir-te! Torpe esforço.
Ingratas certezas de afinidade: um amigo?
Há quem se contente com tal desvelo?
Há quem não tenha a minha incerteza...

Dedicação momentânea, superando as doses de bebida...
Ímpeto vasto! Derrubando os tragos do cigarro!
Convicção para derrubar o gosto do som!
Organizando palavras para a despedida...

Eis que o eflúvio entorpecente do caos que nos cerca:
Perco-te das minhas mãos,
Mantenho meu olhar,
Resisto, não! Vais...

Entrega-me, o que acreditei ser, uma esperança,
E sigo no veículo que se afasta...
Te procuro: no que sobrou das minhas alucinações!
Te vejo: no deitar de todo cansaço...

E resoluto! Mais uma vez, ousando - até parar.
Busco saber... Quando? Te ver... Quando?
Mais uma vez... Outras incertezas!
Tamanhas esperanças...

Uma frustração iminente! A certeza do teu entrelace...
Patético? Gargalho... Por quê?
Medíocre nefasto reflexo...
Aqui. Diante do orgulho hipócrita...

Mas diante da confusão de espectros de fé,
Egoísmo. Resmunga entre meu estômago e fígado...
Distorce as letras tortas, e as palavras de versos torpes...
Punhos à parede! Músculos apertadas... Mão cerrada...

Eis que surpreso ponho-me: espera. Sim!
Asco de tais versos?
Talvez não...
Irritação, esmiuçados grisalhos, nós de desesperança...

Pois posso aguardar...
Seguir - esperar o ego enfraquecer,
A certeza de te fazer bem...
O certo olhar: teu para mim.

Hei de fazer te... Entrelace...
Quero tal utopia?
Rivaliza-me instituída decepção certa!
Mas, com convicção e flor em punho, diante de ti: ouvir-te...


Um comentário:

Anderson disse...

Organizando palavras para a despedida...

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