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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A haste... seria segunda parte?

A simplicidade vem de uma coincidência tão inultilmente hipócrita, que rápido surge, lentamente se fixa no cotidiano... Bom, era pra estar escrevendo um artigo, as exigências da iluminação registrada! Ditadura do conhecimento! Advinda dos fundos da Era Clássica! Será?
Leitores, se leitores tiver, falei/escrevi das hastes há versos atrás, porém irei recapitular; as hastes seguram bandeiras! Isso apenas, simples. Apenas isso. Podem ser de pau ou de ferro - uma haste "cara-de-pau"? - ou de plástico mesmo, quando mais baratas e descartáveis...
Minha teoria: todos nós somos um pouco ou um bocado de haste! Ainda mais nesse momento de falsa militância e de emblemas-corações... Sim, nós somos. Não somos tão reflexo de uma ideologia nobre e subversiva que chamamos de nossa. Seria maravilhoso para nossos egos e postagens no instagram se fôssemos! Seria fascinante contar para netos ou futuras gerações todas as ações que aquela heroína ou herói da causa fizeram! O perfeito marxista, o perfeito militante de direita, o ideal cristão vivo, o profundo defensor da família, a recatada, a subversiva... (In)felizmente não somos! Há lados mesquinhos e virtuosos na nossa personalidade que não permitem que deixemos de ser haste para virar bandeira! Há pecados secretos (leia-se: pequenos crimes e corrupções), ou nem tanto, que nos fazem tremer se nossos irmãos e irmãs de séquito ficarem sabendo! Sabemos a quem queremos enganar? O jargão do "a nós mesmos" não faz sentido quando tanta gente já foi enganada pela nossa convicção cheia de problemas de memória e personalidade... Uma troca alucinante de dissimulação entre um copo de cerveja/vinho e outro, ou entre um hino/louvor e outro... Não tem tanta diferença, apesar de existir.
Compartilhar a dor alheia é realmente bondoso, todavia, creio, ter noção do compartilhamento de nossas hipocrisias e vícios, talvez, nos fizessem ser menos fanáticos e/ou ortodoxos, e, quem sabe, evitaria que nos ofendêssemos tanto.
"O quão amamos nossas vidas e gerações!" Melhores e piores, ao mesmo tempo, que toda a História do mundo! "O quão a revolução está em nossas mãos!"... O compartilhamento da falta de clareza anda em marcha rápida! Escute.
É humana a fofoca que corrói a imagem alheia? Claro que é. Bem como a certeza do quão podre a haste está, e que se servia para outra coisa, além de segurar a bandeira, logo nem para tal ordinária função terá força

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