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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Azheemaad-Anak'Rah

(Fragmentos das palavras de Opala)

Não há uma maneira fácil de descrever nossas mães. No instante que as palavras começam a surgir, o rosto dela, a voz dela, as ações dela pesam sobre seu dedo... Apesar de todo amor, respeito e dever para com ela, sempre há um pequeno, incômodo, espaço para um rancor com feições de ódio. Não adianta negar! Dezenas de justificativas surgem para isso... Elas entenderiam, mas se magoariam, sabe-se lá o que fariam com dor, quando formos mães também seremos vítimas da mesma incompreensão; e elas dirão que só nos amam, que não sentem nenhum rancor ou ódio por nós, e a verdade permanece nas mãos do inexorável...
Minha mãe é a mãe deste Verso. Não tente imaginá-la como se imagina uma divindade, este caminho está equivocado, tente imaginá-la como uma força física, talvez se aproxime do que quero dizer, entretanto, apenas talvez... Para lidar com a consciência, "inteligente" ou "racional", dos seres que ela mesma criou, suas facetas surgiram - cada ser ou agrupamento deles ajudava a moldar a faceta que ela apresentava para interagir com aqueles mais aptos a nível intelectual ou espiritual... Nem mesmo as primeiras criaturas da Antiga Atlântida puderem contemplá-la como ela realmente é... Eu tive essa oportunidade poucas vezes...
Meu primeiro nome foi Opala. Não pela cor ou a pedra que supostamente existiram antes de mim, mas elas que apresentavam uma semelhança com minha imagem... Minha mãe me criou por oitenta e sete eras em seu ventre... Quando vim a este mundo fiquei sob guarda de diversas das facetas dela, que eram uma parte dela, mas não exatamente Ela...
Às vezes, as facetas de minha mãe se tornavam tão adoradas que perdiam parte das essências originais, o poder dos humanos aumentava - seu conhecimento e ambições aumentavam! Logo, algumas facetas da minha mãe estavam deformadas de mais, e assim, pouco antes de nascer, nossa mãe não sabia quem poderia me guardar...
Quando, enfim, ela escolheu onde nasceria e a quem me entregaria, os ataque vieram, não foram promovidos pelo ódio cego, mas por rancores e trapaças; os três: Ex-Machina, Zayad-Zahadka e Romae-Drodezaf aprisionaram minha mãe; e tudo que restara eram suas facetas como os intercessores entre as criaturas conscientes e ela... Poucos seres conseguiam chegar até ela, lhes faltava Esperança, Fé, Equilíbrio, Ímpeto e Redenção...
Depois dos três, uma faceta se libertou de minha mãe, assumiu uma forma masculina, e começou a levantar sua soberania sobre Nova Atlântida, se chama Demiurgo, e se apossou recentemente do semi-plano de Ex-Machina, se este último tiver seu plano de volta, ele deixará os outros planos em paz, e talvez até me ajude...
Foi quando resolvi criar minha campeã, ainda muito nova e inconsequente - vivera muito tempo entre os humanos, e homens principalmente; lhe dei o nome de Infinita, e ela romperia o tempo e o espaço para ajudar-me a manter a criação da minha mãe! Mas ela não era o suficiente, então criei os Titãs, que me auxiliariam nos nove planos... Mas algo aconteceu a eles, e algo aconteceu à Infinita...
Sinto a dor do mundo todos os dias. Como uma ferida que apodrece e aos poucos aniquila tudo. Ele voltou, não sei seus objetivos finais, mas suas ações de intermédio já são danosas o suficiente... Desde que retornei ao colo de uma mãe, Aynnozama, não consigo mais intervir no mundo... Meus Titãs se revoltaram? Infinita está sendo controlada? Sandro Cohesi, Fernanda Aguirre e Hatima não me respondem mais, aqueles que escolhi como chaves entre os planos! Quem são os novos sete? O que querem agora? Aynnozama, minha outra mãe, quem são os Esquecidos que lhe flagelam? Ainda não estou pronta ou curada, mas preciso sair daqui, preciso reerguer minha mãe, cada vez mais ensandecida, apesar de liberta do cárcere, eras de aprisionamento a enfraqueceram demais, a doença do Reverso - a decadência planar - eu posso curar! Me custará muito! Mas posso fazer! Sei que posso! Onde estou? Preciso sair!





 

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