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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O caminho do gigante

Na estrada para Moju há muita água. Há um torto caminho de pedras e galhos. Enraizado, um gigante ali dorme. Ele espreita a mata, observando em silêncio tanta gente, tanto tempo. Seu pescoço, fibroso e viscoso, se alonga por metros e metros; seus olhos cobrem um terço do rosto, azulados; sua boca, parece sempre aberta, uma saliva fétida e pegajosa deve estar sempre pingando; sua pele é de um tom amarelo bem claro... Há pouco pelo, e nenhum só e emitido; ocasionalmente um miado.
Ninguém conta essa história lá. Quem viu, sem querer, foi o menininho que veio da cidade, e brincado no quintal de casa, perscrutando a escuridão, viu o gigante, por entre duas enormes árvores. Ele jamais esqueceu. Hoje, já adulto, sempre a lembrar dos olhos, quando o desespero, do que for, toma-lhe os ossos.

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