O médico olhou com ternura para a aflita mãe de Sandro.
- Ele está bem... Quero dizer ele está bem, mas precisa acordar... Ele está em coma...
As reações posteriores foram variadas, rápidas e fortes, da mãe, das sobrinhas, das primas, e de todos que estavam na sala de espera do hospital... Um estranho sorriso se insinuava no rosto de Sandro que parecia dormir profundamente...
Arcano cumprimentou rapidamente a atendente do hospital e disse quem gostaria de ver. Ele ainda pensava em Aleck, no vinho, na discussão... Subia pausadamente as escadas, não gostava de elevadores. Observava com muito cuidado cada quadro pendurado nas paredes do hospital, os símbolos religiosos... Tudo. Depois, ao ver as enfermeiras, médicos e pessoas pela sala de espera, ele calmamente se aproximou de um dos médicos e questionou sobre Sandro.
Uma viagem, um espaço, um tempo. Aleck e Kanashiro seguiam em direção a Macapá, de lá teriam de pegar uma condução clandestina para Caiena e encontrar com Ed, Carlla, Padre Ferreira e Sandro. O jovem mestiço perguntava com cuidado os detalhes sobre a dor e o medo sentido. Aleck lhe explicava com detalhes sobre as construções ancestrais desses conceitos e a materialização deles de várias maneiras. Ele perguntou se Deus e o Diabo existiam. Ela olhou sério para ele.
- Para nosso bem e para o nosso mal. Mas não fazem muita diferença. A idéia deles... Sim.
Carlla e Ed bebiam, fumavam e conversavam em um bar copiado de Paris na entrada da Amazônia. Padre e Sandro observavam as crianças e os pombos na praça próxima ao bar.
- Eles chegarão pela manhã, senhor Cohesi. Não se preocupe, logo acertaremos como iremos salvá-lo. Não quero que o senhor perca a calma, mas devo alertá-lo que temos que agir logo.
- Mas... O que poderia acontecer de ruim?
- Você poderá ser acordado... E tudo estará perdido...
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