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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O andarilho e o incauto desastre interior... III

Kanashiro observou Aleck por 10 segundos e pediu para que ela entrasse. Ela o observou por menos que isso. E entrou.
Ed usava a mão esquerda para fumar e a direita para arrastar a carcaça da caça que havia abatido... Andou um bom bocado até chegar de volta ao bar, pagou mais duas cervejas, pegou a moto, arrancou a mão da criatura, a guardou em uma caixa de madeira e partiu de volta para o "buraco" que lhe servia de residência... Queria dormir um poucos antes de encontrar seu superior...
Depois de todos os protocolos necessários, Sandro chegou, enfim, ao porto de Caiena, iria comprar a passagem, mas foi interrompido:
- Senhor Cohesi... O senhor ainda não pode ir...
- O que? Eu... Eu... Eu lhe vi... No bar e...
- Meu nome é Carlla... E você realmente vai me irritar... Mas, Sandro eu preciso que você venha comigo...
- Mas o que eu fiz?! Eu?! Por quê?
- Apenas, por enquanto, venha. Logo fará sentido, eu garanto... Apesar de ainda não fazer muito nem para mim...
Não lhe restando muitas opções diante de uma corpulenta armada, Sandro a acompanhou. Pareciam ir em direção ao que parecia ser o centro da cidade...
Alex Kanashiro ofereceu água e depois pediu para que a moça sentasse. Aleck recusou a primeira opção.
- O lar é uma fortuna para poucos... Não sei de sua condição... Apenas devo alertá-lo que o senhor ficará fora por uns tempos...
- O que? Por quê?
- Bom, Kanashiro, você pode fazer da forma como quiser... Mas se o vetor que direciona sua vida continua invisível... Ignore o que lhe ofereço.
Dito o necessário, ela se levantou e saiu. Ele não a acompanhou, mas depois... Pensou com cuidado e saiu. Ela não estaria longe. Não estava - estava na frente do prédio, sentada a aguardá-lo. Uma mochila, foi tudo que ele precisou. E a seguiu.
O Padre Ferreira de Paula conhecia bem qualquer um que passasse poucos momentos com ele. Ele não era um velho qualquer. Ele poderia chamar suas memórias e ações passadas de experiência. Sim, poderia. Seu ofício nos últimos quase 30 anos, não era nada comum, ainda que oficial, nada muito bom de ser comentado, nada que trouxesse uma boa conversa... Ele aguardava por Ed na maior igreja católica de Caiena. Ed surgiu, e trazia a prova de uma missão cumprida. Sem demora, o ex-seminaristas questionou o veterano:
- E as duas? Já encontraram os caras do tal "Valete Esmeralda"? Aqueles...
- No devido instante saberemos. Você fez bem, ainda que tenha demorado...
- Tomei algumas cervejas e tava cansado! É tudo... Desculpe...
- Amém! Vamos rezar um pouco... Depois lhe pago um café - o sorriso era paternal e confortador. Ed aceitou e rezou tudo já tinha aprendido. Era o protocolo.
Na casa, sozinho, olhando as duas taças de vinho deixados a dois dias, alguém lamentava. E era só, por ora...

Um comentário:

Aline disse...

Fechar os olhos faz com que você "enchergue" os personagens...

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