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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Entre torres vazias

Em trens verticais,
Em serpentes calcificadas, 
Velha e obesa, a comodidade vacila entre parapeitos,
Idoso e quase sóbrio, o tédio resmunga sob a tradição,

Rajadas de ventos sujos!
Gotas tortas de uma chuva clichê...

Caudas, asas e garras... Esquecidas! Vivas!
A observar cada quarto desocupado; cheios, vãos...

Um garoto com idade de homem,
Solitário, sem sua própria companhia,
Roga ao sábio por atenção,
Do alto, a serpente alada o observa...

A alma do satélite vaga por entre a multidão,
Quase bêbada, uma militante de ideias antiquadas:
Vômitos sobre o sonhador conformista cheio,
De estórias milenares e imprecisas... 

Precipita-se sobre os menores, esquecidos pela História?
Não! Que valor em almas tétricas de ambição dormente?
Joga-se com furor dos antigos monstros!
Sobre as ânsias daqueles que erguem o ouro!
O tesouro dos antepassados, a cor de seus espíritos...

Um rio sujo contempla tudo com despeito,
Seus filhos de longe observam,
Pintados de formas pitorescas,
Suas netas procuram estrangeiros,
Seus netos adoram forasteiros...

Um ensinador ambulante titubeia provocações:
Enxerga-se no reflexo ridículo dos monumentos,
Os mais imundos e fétidos,
Gargalha, porque a vida é boa,
Uma fotografia ao lado da amada,
Os desejos aos amantes de gêneros trocados;
Escondidos.

Do alto, o dragão sente nojo,
Percebe-se como o planeta cheio de certeza,
O plano tão convicto de inteligência...

Uma ponderada pequenininha, palpita,
O menino sente sono.
O ônibus chega cheio.

Muitas docas entre cada medíocre.

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