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sábado, 10 de janeiro de 2015

Havia Um Tom de Desespero



A pequena arranhava a parede velha e sem tom, como que tentando cavar uma fuga para longe daquele lugar, daquele instante... O homem magro, alto e de ventre avantajado se aproximou tão devagar, que talvez nem fossem as drogas que o deixavam mais, lento, talvez fosse o medo da pequenina, um medo tão inspirador, cheirava... Suores, pressões, tremedeiras, o nervosismo como um deus multifacetado - penintência e machado: seu semblante duplo. Depois, quando só restava uma massa de carne que tinha pequenos espasmos decrescentes, ele pegou o pequeno boneco que ela havia apertado com tanta força... Ergueu mais uma lembrança daquele momento. Já se perdia a conta na casa dos vinte, agora mais de trinta, dos brinquedos suspensos. Dores vivas, eternizadas... Balbuciava antes de dormir, com cheiro de óleo, cigarro barato e álcool: "Romaedrodezafromadrodezaf...".


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