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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PRÓLOGO - O Índio e o Manco

A carroça já estava chafurdada desde o momento que o sol estava sobre a cabeça dos três, e agora o frio da noite se aproximava... O Índio puxava a corda, o Manco gritava com o cavalo Sorriso; o último estava distante das preocupações dos donos, que estava atrasados para um encontro e possível trabalho.
- Ele não vai sair.
- Esse cavalo é inútil!
- Vamos precisar pedir ajuda...
- Ninguém vai passar pela lama, só nós dois. Estúpidos.
- Olha, o trem tá vindo!
- Não ajuda de nada ir ou vir.
De repente, Sorriso se inquieta. A mata alta da esquerda sussurra com um vento forte prenunciando a possibilidade de mais chuva por vir, na mata baixa da esquerda nenhum sinal de moleque ou bicho de casco.
- Ele sentiu alguma coisa.
- Espero que faça ele andar...
- Silêncio.
Manco observou a mata alta, cada fresta escura entre as folhas e galhos, atentou para cada canto de pássaro ou inseto. Ele sabia que o Índio tinha bons instintos, mas não tinha boa visão. No meio de toda a escuridão prematura da mata, em tons escuros de um verde como lodo de rio, um leve brilho esmeraldino, dois brilhos. Os pulmões se encheram!
- Uma onça!
- Virgem Maria!
- Agora ele corre! Sobe!
- Espera!
- Sobe!
Sorriso disparava como um cão perseguindo um coelho! Índio se segurou numa das madeiras de suporte da carroça, e teve os pés rapidamente arrastados, Manco olhava para trás e via o enorme felino parar na estrada, contudo, apenas olhava, não perseguia; duas esmeraldas - as últimas joias que aquele que tiver o azar de encontrar com aquilo verá...


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

As ruínas da redenção

Há dez anos atrás, os gritos ecoaram por muito tempo naquela noite, fosse o desespero das crianças ou a angústia das mulheres. Os homens gemiam de dor ou gritavam de ira e agonia.
Não haveria como aquilo ser esquecido. Mas foi.
Nenhum registro eclesiástico ficou conhecido, nenhum cavalariço não relatou aquilo, nenhum dos sobreviventes não tocavam no assunto.
Mas algumas pessoas lembravam.
Tereza Dos-Ríos e seus filhos gêmeos Benigna e Bienvenido Dos-Ríos lembravam com detalhes, e juntaram alguns sobreviventes em um pequeno culto de agradecimento a Deus por terem sobrevivido ao ocorrido, depois de algum tempo o culto cresceu e passaram a se reunir numa caverna que transformaram em capela, o Culto dos Tempos Ruins, que passou a ser chamado de Culto do Tempo. Alguns dizem que além dos choros constantes, também ocorrem vociferações de rancor nas pregações... E dizem já ter ouvido um ou dois nomes impronunciáveis...




segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Conselhos ou Profecias


Cintila,
Das vastidões do Firmamento!

Troveja,
Das imensidões do Abismo...

As questões e as certezas
Que tanto afundam
O amaldiçoado
Ou
A abençoada
Ambos
Sós.

Finda.
Dádiva ou mácula.
Finda.

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